
A mostra integra-se no ciclo de exposições (Primavera, Verão Outono e Inverno) que a Câmara Municipal de Viana e o Centro Cultural do Alto Minho (CCAM) habitualmente promovem, sendo, neste caso concreto, a exposição de Verão.
Paula Pereira é mais que uma promessa no plano artístico. Os vários prémios já recebidos e a frequência com que expõe, quer em Portugal quer no estrangeiro, especialmente nos Estados Unidos da América, onde frequenta, no Sotheby’s Institute of Art de Nova Iorque, o Curso de Arte Contemporânea, demonstram que temos mais uma vianense de créditos artísticos firmados.
A exposição, inaugurada na manhã do dia 4 Julho, no primeiro andar dos antigos Paços do Concelho, e que aí vai permanecer até 31 de Julho, intitulada " O Boato", consiste numa coleção de 15 obras de cianotipia, processo que remonta a 1823 e que Paula Branco Pereira recriou em linho, de grandes dimensões, conjugando em simultâneo técnicas de bordado regional de Viana (crivo) de forma absolutamente contemporânea. A apresentação visual das obras é acompanhada por trechos de texto, trocadilhos humorísticos, que se estendem numa conversa telefónica entre a primeira e a décima quinta "cuscas", acerca de uma noiva. A instalação artística "A Noiva ", que se encontra no centro da sala da exposição, figura feminina sentada numa antiga sanita, seminua, reflete o seu pensamento com a frase "Tou m'a ................ pró boato!", despertando o público para a reflexão sobre "fragmentos da realidade" e "diagnósticos verossímeis" e pretende levar a conclusões impactantes, atraentes, ambíguas e críticas.
Paulo Branco Pereira envolve uma sequência de materiais, uma organização do espaço e uma construção que repensa o passado, projectando-o na atualidade contemporânea e abrindo novas perspectivas sobre o futuro cultural.
No acto de inauguração a artista fez esta explicação ao numeroso público presente, que não lhe regateou aplausos e elogios.
A Vereadora da Cultura, Maria José Guerreiro, e a Presidente do CCAM, Luísa Quintela, na ocasião, também salientaram a qualidade da exposição em presença, toda ela de estilo bem diferente do que é habitual neste espaço, não deixando de felicitar a artista, esperando da mesma novos e surpreendentes trabalhos.
A Voz da Tribo, Confraria de Poesia do CCAM, através da Elisabete Pinto e do José Escaleira, deu requinte e grandeza ao evento, tal como sempre acontece nas iniciativas onde o Centro Cultural do Alto Minho tem responsabilidades. Desta vez foram recitados poemas de Carlos Drummond e de Shakespeare.
GFM
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