![]() “Quais os limites do humor? Do que devemos ou podemos rir? Não podemos cair na armadilha da censura, do politicamente correto, que limita a criatividade e a capacidade de representar aquilo que todos pensam, mas ninguém tem coragem de o dizer. A graça sempre esteve na capacidade de rir-se de si mesmo, do ridículo de uma situação, ou de um grupo social, que por sua vez se via contrariado, mas dava à crítica uma proporção aceitável. Mas a repercussão do caso Charles Hebdo coloca a discussão num novo patamar: a liberdade, igualdade e fraternidade não são universais, mas a tecnologia sim. Tudo o que produzimos hoje circula numa velocidade acima da nossa expectativa e compreensão; mas infelizmente o homem continua a usar a tecnologia ao serviço de projetos de poder, usando a cultura como alvo ou bandeira para afirmar sua superioridade sobre o outro...” |