[Muita arte cabe ainda na mão do artista munido do seu ponteiro e cinzel para trabalhar uma imagem, uma memória ou um monumento. É destas mãos engenhosas que me proponho falar (num trabalho longo e que não caberá nesta síntese), procurando-as na pessoa humana, nos que partiram e nos que ainda fazem de tudo isto o seu modo de vida, pelo quanto esculpiram de belo, com suor, na dureza do seu ofício. 

A tecnologia veio restringir aos poucos as vivências dos profissionais desta arte e as suas mãos hábeis que em tempos idos esculpiram o que hoje raramente se consegue. Artistas autodidactas, que se vão extinguindo, deixando para a posteridade autênticas preciosidades feitas em pedra. 

O imperar do betão faz com que os blocos de pedra sejam reduzidos a finas placas produzidas em fábricas, sem qualquer realce escultório atractivo nas suas aplicações, comparáveis com o destaque que a pedra provoca, em que esta sobressai e enobrece os locais onde é colocada]