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Um percurso com história

Fundado em 1979, o Centro Cultural do Alto Minho tem tido ao longo da sua existência um reconhecido papel de dinamizador cultural, organizando a sua diversificada actividade em Oficinas de Cinema e Audiovisual, de Literatura e Ideias, de Teatro e Marionetas, de Artes Visuais e de Edições. Algumas destas oficinas, mercê do seu trabalho organizado e regular, tornaram-se "incubadoras" de novos projectos associativos ou profissionais autónomos, como foram os casos do Teatro do Noroeste (em 1993); da Feira do Livro (em 1994); da Associação de Animação e Produção Audiovisuais “Ao Norte” (em 1994) e da Associação Marionetas, Actores & Objectos (em 2001).

Apesar destas "autonomias", o CCAM deu continuidade a uma intensa e assinalável actividade cultural, mantendo e criando as oficinas entendidas como necessárias para o efeito, tal como aconteceu, por exemplo, no âmbito da Oficina de Literatura e Ideias, com um programa anual de conferências e tertúlias sobre temas que vão da literatura ao ambiente, urbanismo e arquitectura, bem como recitais de poesia de autores vianenses e de clássicos e contemporâneos da literatura portuguesa.

Tendo em vista a promoção das artes plásticas, o CCAM criou, imediatamente a seguir à sua fundação, a Galeria Barca d'Artes. E é através deste meio que o CCAM passa então a divulgar as artes visuais, com a realização de dezenas de exposições de reconhecidos nomes da pintura e da fotografia do panorama artístico nacional e doutros espaços da lusofonia.

O Centro Cultural do Alto Minho lançou, em 1980, a primeira Expo-Feira do Livro de Viana do Castelo. A partir de 1994, como já referido, a organização da mesma passou a ser da responsabilidade da Câmara Municipal de Viana do Castelo. Contudo, desde essa data, foi estabelecido um protocolo entre o Município e o CCAM prevendo a colaboração deste Centro na organização, nomeadamente nas tertúlias literárias e, mais especificamente, na realização das exposições de artes plásticas enquadradas no evento, através da Galeria Barca d’Artes.

Na área das edições, a partir da sua fundação, o CCAM editou diversas publicações. Referência para a colecção temática Cronos, onde nas diversas secções de ensaio, poesia, prosa, artes, teatro, olhares, contemplou 29 autores. Em 2009, em protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de Viana do Castelo, no âmbito das comemorações dos 750 anos da cidade, em formato álbum, o CCAM editou uma obra com textos de escritores sobre Viana do Castelo. No ano anterior, tinha trabalhado e concluído para ser editada uma outra obra sobre o Movimento Associativo do concelho de Viana do Castelo. Trata-se de um projecto que aguarda melhor oportunidade para publicação.

A Oficina de Teatro, no contexto do CCAM, teve uma experiência rica enquanto contou com a colaboração de uma companhia semiprofissionalizada até 1993 (Companhia de Teatro do Noroeste), envolvendo elementos profissionais do teatro e outros actores amadores, essencialmente cooperantes e colaboradores deste Centro Cultural. Depois, com a autonomização da Companhia, a Oficina de Teatro viu significativamente reduzida a sua acção, sendo a actividade teatral assumida, consensualmente, quase na totalidade pelo Teatro do Noroeste, para onde se deslocaram os actores com ligação ao CCAM.   

Em 2001, a Oficina de Teatro, já denominada Lucílio Valdez, foi reactivada, com a peça em carteira "A 10ª Turista", em cooperação com a Sociedade de Instrução e Recreio Darquense. Porém, não tendo a sua actividade primado pela regularidade, entendeu-se, mais tarde, que esta oficina deveria repensar a sua actividade, para que a mesma fosse retomada em novos moldes, objectivo não verdadeiramente conseguido.

Nos primeiros anos de 2000, para dotar a rica actividade folclórica e etnográfica da região de suportes de investigação e de inovação, o CCAM criou e manteve a funcionar durante um longo período de tempo a Oficina de Etnografia e Folclore, que iniciou o seu trabalho com uma actividade de divulgação de cultura etnográfica vianense na Biblioteca Bento de Jesus Caraça, na Moita. 

No ano de 2006, o CCAM idealizou e realizou na Rádio Geice, de Viana do Castelo, quinzenalmente, o programa radiofónico “Caminhos da Cultura". Através deste programa foi possível divulgar os acontecimentos mais importantes nas artes e na cultura, bem como os criadores e os artistas do distrito de Viana do Castelo, no seu espaço territorial dos 10 concelhos.

O segundo período da década de 2000/10 é um tempo de novas variantes na actividade do CCAM. O Centro soube envolver-se na promoção e realização de vários eventos públicos ou de caracter socioprofissional, onde evidenciou conhecimento e maturidade suficiente para garantir também dimensão e qualidade a este tipo de iniciativas. O II CONGRESSO DE PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL DE VIANA DO CASTELO E O I CONGRESSO DE LITERATURA INFANTO_JUVENIL E OUTROS SABERES, realizado em Abril de 2008, são disso exemplos marcantes.

Em 2009, ano em que se completaram três décadas de existência do CCAM, esta instituição cultural concebeu, programou e promoveu um vasto programa de comemorações para assinalar a efeméride, que muito vieram animar o panorama cultural da cidade. 

Uma exposição de artes plásticas, onde se fizeram representar mais de 30 artistas, com mais de meia centena de obras, que iam da pintura ao desenho, passando pela gravura, fotografia e escultura, como o nobre objectivo de "estreitar os laços" entre artistas e a comunidade onde estão inseridos, foi uma das iniciativas mais vincadas. Mas as comemorações integraram, igualmente, peças de teatro, procurando homenagear aquele que foi um dos melhores cooperantes do CCAM, o actor/artista Lucílio Valdez, um concurso de literatura Infanto-Juvenil, e uma homenagem aos cooperantes que mais se notabilizaram no engrandecimento do CCAM.